Estudos recentes mostram que fatores genéticos e ambientais
estão envolvidos no aparecimento
das crises lúpicas. Entre as causas externas, destacam-se a exposição ao sol, o uso de certos medicamentos, alguns
vírus e bactérias e o hormônio
estrógeno, o que pode justificar o fato de a doença acometer mais as mulheres em idade fértil do que os homens.
Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade
reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. Pode ser bastante
benigno até extremamente grave e fatal.
Sintomas
Dependem basicamente do órgão afetado. Os mais
frequentes são: febre, manchas
na pele, vermelhidão no nariz e nas faces em forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridinhas recorrentes na boca e
no nariz, dores articulares,
fadiga, falta de ar, taquicardia, tosse seca, dor de cabeça, convulsões, anemia, problemas hematológicos, renais,
cardíacos e pulmonares, sensibilidade à luz do sol.
Portadoras de lúpus eritematoso sistêmico podem ter dificuldade
para engravidar e levar a gestação
adiante. No entanto, a gravidez é possível, desde que sejam respeitadas algumas medidas terapêuticas e mantido o
acompanhamento médico permanente.
Diagnóstico
O médico realiza exame físico e auscultará do tórax.
Um som anormal chamado atrito pericárdico ou atrito pleural poderá ser
escutado. Um exame do sistema nervoso também pode ser realizado.
Os exames usados para diagnosticar o lúpus incluem:
- Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares
- Hemograma completo
- Radiografia do tórax
- Biópsia renal
O "American
College of Rheumatology" estabeleceu onze critérios para o diagnóstico do lúpus. A manifestação simultânea de pelo menos quatro
deles caracteriza a doença:
- Pequenas feridas recorrentes na boca e no nariz
- Manchas na pele, especialmente quando exposta ao sol
- Lesão avermelhada e descamativa com o formato de asa de borboleta, que surge nas laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pelas faces
- Fotossensibilidade
- Artrite – dor articular assimétrica e itinerante, especialmente nos membros superiores e inferiores
- Lesão renal, que evolui rapidamente para insuficiência renal progressiva
- Lesão cerebral – convulsão (muitas vezes atribuída a outra doença neurológica), ansiedade, psicose e depressão
- Serosite – inflamação da membrana que recobre externamente os pulmões (pleura) e o coração (pericárdio)
- Anormalidades hematológicas ou penias
- Anormalidades imunológicas
- Fator antinúcleo (FAN) positivo
Tratamento
Tratamento médico:
terapia medicamentosa e é baseado nos sintomas dos pacientes e no envolvimento
sistémico. Os sintomas gerais na maioria das vezes
respondem ao tratamento das outras manifestações clínicas. A febre isolada pode
ser tratada com aspirina ou antiinflamatórios não-hormonais. Corticóides e
imunossupressores (especialmente a ciclofosfamida) são indicados nos casos mais
graves.
É recomendado o uso de antimaláricos como a cloroquina
no caso de lesões cutâneas disseminadas. Caso não melhore pode associar-se
prednisona em dose baixa a moderada por curto período de tempo.
Para além da terapia medicamentosa, a prevenção também
é muito importante quando se lida com LES. Para pacientes com
fotossensibilidade, os sintomas podem ser reduzidos se os pacientes forem
cautelosos na quantidade de luz solar a que se expõem. Os pacientes com LES
também são incentivados a levar um estilo de vida saudável, que inclui:
Cessação do tabagismo, controlar o consumo de álcool, controle do peso e
exercício regular. O exercício é benéfico para pacientes com LES, porque
diminui a sua fraqueza muscular, aumentando a resistência muscular.
Fisioterapia:
durante e entre os períodos mais agudos da doença. A necessidade do paciente
para a terapia física irá variar muito, dependendo dos sistemas implicados.
- Educação: É essencial para os pacientes com lesões de pele terem uma educação apropriada sobre a melhor maneira de cuidar da sua pele e garantir que não experimentam lesões adicionais da pele.
- Exercício aeróbio: Um dos sintomas mais comuns que os pacientes com LES experienciam é a fadiga generalizada que pode limitar suas atividades ao longo do dia. O programa de exercício aeróbio como caminhada, natação, , de amplitude de movimento/fortalecimento muscular podem aumentar o nível de energia, a aptidão cardiovascular, a capacidade funcional e a força muscular em pacientes com LES. Os exercícios (alongamento lombar posterior, mobilização do plexo braquial, fortalecimento global) poderão ser prescritos na reabilitação de um paciente, dependendo da extensão lesão, áreas afectadas e estado evolutivo do paciente.
- Conservação de Energia: o fisioterapeuta pode educar os pacientes sobre as técnicas adequadas de conservação de energia e as melhores formas de proteger as articulações que são suscetíveis a danos.
Para além disso, fisioterapeutas e pacientes com LES
devem estar alerta para sinais e sintomas que sugerem uma progressão do LES,
incluindo aqueles associados com necrose avascular, envolvimento renal e
neurológico.
Complicações
Algumas pessoas com LES têm depósitos de anticorpos
nas células (glomérulos) dos rins. Isso leva a uma doença chamada de nefrite
lúpica. Os pacientes com essa doença podem acabar desenvolvendo insuficiência renal e precisar de diálise ou de um transplante renal.
O LES causa danos em diferentes partes do corpo, inclusive:
O LES causa danos em diferentes partes do corpo, inclusive:
- Coágulos sanguíneos nas pernas trombose venosa profunda) ou nos pulmões (embolia pulmonar)
- Destruição dos glóbulos vermelhos (anemia hemolítica) ou anemia crônica
- Líquido ao redor do coração (pericardite), endocardite ou inflamação do coração (miocardite)
- Líquido ao redor dos pulmões(derrames pleurais), danos ao tecido pulmonar (doença pulmonar intersticial)
- Complicações da gravidez, incluindo aborto espontâneo e recidiva de LES durante a gravidez
- AVC
- Contagem muito baixa de plaquetas no sangue (trombocitopenia)
- Vasculite, que pode danificar artérias de qualquer parte do corpo
Recomendações
- Pacientes com lúpus devem evitar a exposição ao sol e usar protetores solares o dia todo
- Os anticoncepcionais são contra-indicados, porque o aumento dos níveis de estrógeno pode desencadear surtos da doença
- Portadoras da doença que desejam engravidar devem seguir rigorosamente a orientação medica e dar preferência aos períodos de remissão das crises
- O consumo de álcool, cigarro e outras drogas é absolutamente contra-indicado
- Respeitadas as limitações que possam ocorrer durante as crises, a atividade física deve ser mantida com regularidade.
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