O que é o
Câncer
Câncer é um conjunto de doenças nas quais existe uma multiplicação
anormal de células doentes. Às vezes, as células continuam tendo uma aparência
normal e ficam só no lugar onde nasceram. Dizemos, então, que existe um tumor
"benigno". Quando as células têm aparência diferente do normal,
multiplicam- se muito e têm a capacidade de produzir metástases, ou seja,
começam a se espalhar por várias partes do corpo, dizemos que existe um tumor
"maligno", ou câncer.
Apesar de o câncer ser raro em crianças, ele é a causa de morte mais frequente nesta idade, só ficando depois de acidentes e de doenças infecciosas. O câncer não é uma doença contagiosa. Na maior parte dos casos, não se sabe por que uma criança desenvolveu um tumor. Sabemos que, em geral, as crianças não herdam o câncer dos pais e nem nascem com ele.
Apesar de o câncer ser raro em crianças, ele é a causa de morte mais frequente nesta idade, só ficando depois de acidentes e de doenças infecciosas. O câncer não é uma doença contagiosa. Na maior parte dos casos, não se sabe por que uma criança desenvolveu um tumor. Sabemos que, em geral, as crianças não herdam o câncer dos pais e nem nascem com ele.
O câncer Infantil
É
raro - atinge uma a cada 600 crianças e adolescentes até os 15 anos. Nas
crianças, as células cancerosas têm origem de células embrionárias primitivas,
que muitas vezes crescem e se multiplicam mais depressa que nos adultos. Nos
últimos 30 anos, o tratamento do câncer infantil deu um salto impressionante e,
em média, nos centros especializados, como o Hospital A.C.Camargo, entre 70% e
80% delas ficam curadas, ou seja, vivem mais de 5 anos (e muitas vezes bem mais
que isso) após o diagnóstico.
Em meados
dos anos 70, segundo dados do Hospital, apenas 20% das crianças com
retinoblastoma (um câncer da retina do olho) podiam ser consideradas curadas,
um índice que hoje está em 92%. Nas leucemias linfocíticas agudas essa taxa era
de 20%, mas atualmente chega a 86%.
Os tipos
de câncer que atingem as crianças também são muito diferentes dos que acometem
os adultos. As leucemias são os cânceres mais comuns em crianças, atingindo com
mais freqüência à faixa etária dos 2 aos 5 anos de idade. Cânceres do
sistema nervoso central vêm em seguida e, em 3º lugar, os linfomas, que são
cânceres do sistema linfático.
Os tumores sólidos abdominais (tumor de Wilms e neuroblastoma) constituem uma parcela semelhante à dos linfomas. Completam a lista dos cânceres mais comuns em crianças os ósseos, os sarcomas de partes moles (sendo o rabdomiossarcoma o mais freqüente), de olho, os de células germinativas e os das glândulas supra-renais ou adrenais. O estágio de crescimento e desenvolvimento dos tumores é outra diferença importante entre adultos e crianças, pois a imaturidade do organismo das crianças tem importantes conseqüências para o tratamento.
Os tumores sólidos abdominais (tumor de Wilms e neuroblastoma) constituem uma parcela semelhante à dos linfomas. Completam a lista dos cânceres mais comuns em crianças os ósseos, os sarcomas de partes moles (sendo o rabdomiossarcoma o mais freqüente), de olho, os de células germinativas e os das glândulas supra-renais ou adrenais. O estágio de crescimento e desenvolvimento dos tumores é outra diferença importante entre adultos e crianças, pois a imaturidade do organismo das crianças tem importantes conseqüências para o tratamento.
Tipos de
Câncer, Diagnóstico e Principais Tratamentos
Muitos
cânceres pediátricos ocorrem em crianças bem pequenas e os pais se perguntam o
por quê. Alguns casos são resultado da predisposição genética, mas ao contrário
do que ocorre com os adultos, o câncer infantil não está associado a fatores
como dieta, falta de exercícios físicos e, muito menos, ao uso de cigarro e
álcool. A causa da maioria dos casos de câncer pediátrico ainda é desconhecida.
- LEUCEMIA: é o câncer
mais comum na infância. Leucemias têm origem na medula óssea, o tutano dos
ossos, onde é normalmente produzido o sangue. Manifesta-se com dor nos
ossos ou nas articulações, palidez, manchas roxas, sangramentos, febre,
abatimento, etc... A leucemia é diagnosticada através do mielograma,
exame do sangue de dentro do osso. Existem vários tipos de leucemia:
Leucemia Linfoide Aguda (LLA), Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia
Mieloide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC - só em
adultos). Além da medula óssea, as leucemias podem também acometer os
testículos, endurecendo-os, e o líquor (líquido da espinha), provocando
dores de cabeça e vômitos. As leucemias podem ter índices de cura de até
80% quando tratadas com quimioterapia. Em alguns casos, podem-se indicar
também radioterapia e transplante de medula.
- TUMORES DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL: cérebro e cerebelo são os tumores sólidos (que não leucemias
e linfomas) mais frequentes em crianças. Os sintomas mais comuns são dor
de cabeça e vômitos pela manhã, tontura e perda do
equilíbrio. Qualquer criança com persistência desses sintomas deve
ser examinada por um médico neurologista, além de realizar tomografia ou
ressonância nuclear magnética do crânio. O diagnóstico do tipo exato de
tumor é feito durante a cirurgia. Os tumores benignos são tratados apenas
com cirurgia. Para os tumores malignos são, em geral, necessárias quimioterapia
e radioterapia.
- LINFOMA NÃO HODGKIN: mais
frequente no sexo masculino, ocorre principalmente entre os 4 e 8 anos de
idade. Atinge qualquer parte do corpo, principalmente tórax e
abdome. Quando o linfoma é na barriga, do tipo Brukit, pode causar
parada de evacuações e dor na barriga. Como o tratamento é feito com
quimioterapia, não deve ser realizada cirurgia para a retirada do
intestino. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar.
O diagnóstico dos linfomas depende de biópsia do tumor. Quando
diagnosticado precocemente, os índices de cura são de 80%.
- NEUROBLASTOMA: ocorre
geralmente em crianças com menos de 5 anos. Os locais mais comuns são
abdome, tórax e pescoço, perto da coluna vertebral. Pode afetar o
fígado, ossos e a medula óssea. Todos os tumores do abdome podem ser confundidos
com verminose. Se a criança tem aumento da barriga que não melhora,
deve-se procurar um médico para avaliação. Os tumores que crescem
próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda
do controle da eliminação de fezes e urina. Se o tratamento não for
iniciado a tempo, a criança pode ficar com paralisia definitiva. Para
diagnosticar o neuroblastoma é necessário, em geral, realizar uma biópsia
do tumor, ou seja, retirar um pedaço pequeno através de cirurgia para que
um médico patologista possa vê-lo no microscópio. Os neuroblastomas são
tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se
radioterapia e transplante de medula.
- TUMOR DE WILMS: é um tumor
frequente na infância, geralmente aparece antes dos 5 anos de idade. O
tumor de Wilms nasce nos rins, manifestando-se como uma massa no abdome. A
criança pode ainda apresentar sangue na urina, dores abdominais e pressão
alta. O exame mais indicado para o
diagnóstico é o ultrassom. O tratamento é cirurgia, em que se retira o rim
comprometido, seguido, em geral, de quimioterapia e, em alguns casos, de
radioterapia. A cura está estimada em torno de 90% dos casos.
- SARCOMAS DE PARTES MOLES:
são tumores que podem ocorrer em músculos, gordura e articulações. Afetam
tanto crianças, quanto adolescentes e adultos. Existe um aumento
progressivo, inchaço no local do tumor e, em geral, há dor e a pele pode
ficar vermelha. Os sarcomas podem
ocorrer na cabeça, no pescoço, na área genital, nos braços e nas pernas.
Em adolescentes, pode localizar-se na região dos testículos, provocando
aumento do escroto, sendo confundido com hérnias. O paciente não pode ter
vergonha de contar seu problema ao médico. Para diagnosticar os
sarcomas é muito importante que um médico experiente em câncer realize uma
biópsia a fim de examinar o tumor no microscópio. O tratamento dos
sarcomas é feito, em geral, com cirurgia e quimioterapia.
- TUMORES ÓSSEOS: são mais
frequentes em adolescentes. Quase sempre a criança conta que teve uma
batida, que causou dor, mas a dor não vai embora. O local mais comum é
logo acima ou logo abaixo do joelho. A pele pode ficar vermelha e quente
e, quando o tumor cresce, é possível ver também um inchaço no local. Esses sintomas podem ser confundidos
principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-lo,
é importante fazer raio X do local doloroso, e um médico ortopedista, com
bastante experiência em câncer, deve realizar uma biópsia com agulha, sem
cortar a pele. Os tipos mais comuns de tumores ósseos malignos são
osteossarcoma e Sarcoma de Ewing. O tratamento é feito com cirurgia e
quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura
para até 70%.
- RETINOBLASTOMA: afeta os
olhos e geralmente ocorre antes dos 4 anos de idade. A principal
manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho
que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas
(vesgas), ter dor nos olhos ou perder a visão. Alguns retinoblastomas são
hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças
devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do
nascimento para que o diagnóstico seja o mais precoce possível. Os
retinoblastomas são diagnosticados por médicos experientes através do
exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve
realizar biópsias. Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos
especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Nos
casos adiantados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode
precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.
- DOENÇA DE HODGKIN: é um
tumor que acomete gânglios e baço mais frequente em adolescentes. A
maioria dos casos começa com adenomegalias, "ínguas" que vão
crescendo no pescoço, nas axilas ou na região inguinal. A criança pode
apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito através de biópsia
de um gânglio aumentado de tamanho. O tratamento é feito com quimioterapia
e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas adequadamente, 85
ficam completamente curadas.
- HISTIOCITOSE: apesar de não
ser câncer, a histiocitose é uma doença tratada por oncologistas, pois
muitas vezes as crianças precisam de quimioterapia para melhorar. Pode apresentar-se como uma dermatite seborreica
de difícil tratamento, otite com pus nas orelhas que vai e volta, lesões
na pele, fígado e baço aumentados, lesões nos ossos e anemia.
- TUMORES GERMINATIVOS: são
tumores do ovário ou testículos, raros na infância. Os tumores de ovário
podem causar dores abdominais, geralmente crônicas, puberdade precoce
(crescimento dos seios e aparecimento de pelos antes do tempo) e
tumorações palpáveis. Os meninos com
testículos que não desceram para a bolsa escrotal (criptorquidia) devem
ser vigiados com ultrassom, pois a incidência de câncer é 20 a 40 vezes
maior nesses casos. O sinal de alerta é o aumento da bolsa escrotal,
confundido muitas vezes com hérnia. O diagnóstico é feito na cirurgia em
que se retira o tumor. Nos meninos é importante ainda que a cirurgia
seja realizada pela barriga e não abrindo o escroto. O tratamento é
realizado com cirurgia e quimioterapia.
Sintomas
Os sintomas do câncer
infantil dependem do lugar onde ele começa a se desenvolver e do grau da
invasão dos órgãos que afeta.
O câncer infantil costuma ser
difícil de reconhecer quando em seu estágio inicial, pois sua manifestação
clínica confunde-se com grande parte das doenças comuns da infância. Além das
consultas regulares ao pediatra, os pais devem estar atentos para o
aparecimento de sinais e sintomas que não desaparecem, como:
- Surgimento de nódulos,
caroços, ínguas
- Palidez e falta de energia
inexplicáveis
- Aparecimento de hematomas
sem motivo
- Sangramentos freqüentes (por
nariz,gengivais, anus, vias urinárias)
- Dor pelo corpo ou óssea que
leva a criança se recusar a brincar e que a faz ficar deitada grande parte
do tempo, e que deixa a criança irritada com dificuldade de dormir e chega
a tirar o apetite
- Coxeadura (mancar) sem razão
aparente
- Febres sem causa aparente
que dura mais de 8 dias
- Aumento de volume abdominal
- acompanhados ou não de dor abdominal, vômitos e prisão de ventre
ou diarreia
- Dor abdominal prolongada
- Dores de cabeça freqüentes,
muitas vezes acompanhada por vômitos- por mais de duas semanas,
principalmente pela manhã, algum sinal neurológico como alteração da
marcha ou da visão, ou ainda, aumento da cabeça de forma anormal, em
menores de 3 anos de idade podem sugerir tumor do sistema nervoso central
- Mudanças nos olhos ou na
visão
- Perda de peso rápida e
excessiva.
- Virilização em meninas ou
puberdade precoce
- Pupila esbranquiçada quando
exposta à luz pode ser sinal de tumor ocular. Geralmente se manifesta
em crianças menores de 3 anos. Este tumor pode também se manifestar
por “estrabismo” repentino.
- Aumento do volume dos dois
olhos ou de um só
Câncer infantil tem cura
O câncer na criança e no
adolescente tem cura na maioria dos casos, especialmente quando os pais
conseguem identificar rapidamente os sintomas e levar ao pediatra para
avaliação.
Os tumores infantis ou na
adolescência, na maioria das vezes costumam crescer mais rapidamente quando
comparado ao mesmo tumor nos adultos apesar de ser também mais
invasivo, responde melhor ao tratamento, que quanto
mais precocemente instituído melhor apresentando melhores
chances de cura quando comparado aos adultos com câncer.
Fatores
de Risco
O câncer
infantil costuma ser difícil de reconhecer quando em seu estágio inicial, pois
sua manifestação clínica confunde-se com grande parte das doenças comuns da
infância.
Além das consultas regulares ao pediatra, os pais devem estar atentos para o aparecimento de sinais e sintomas (citados a cima) que não desaparecem
Além das consultas regulares ao pediatra, os pais devem estar atentos para o aparecimento de sinais e sintomas (citados a cima) que não desaparecem
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