quinta-feira, 9 de maio de 2013

FISIOTERAPIA NA GESTAÇÃO


Não há nada mais intenso e emocionante para uma mulher do que ser mãe. A sensação de estar gerando dentro de si, um novo ser é profunda, especial e inexplicável.
A gravidez não é doença, mas exige adaptações do corpo para abrigar o bebê e seu desenvolvimento. Ocorrem transformações físicas, emocionais e orgânicas preparando o corpo para desenvolver e alimentar o bebê até o nascimento.
  • Na medida em que o abdômen cresce o centro de gravidade do corpo muda, levando a um aumento da curvatura lombar e às compensações posturais para melhorar o equilíbrio e a estabilidade
  • As mamas aumentam de tamanho
  • A digestão, o apetite e as preferências alimentares se alteram
  • A respiração sofre uma adaptação para realizaras atividades cotidianas
  • Podem ocorrer edema e cansaço nas pernas


Essas mudanças podem causar desconfortos e limitações nas atividades da vida diária da mulher grávida. Alguns dos sintomas persistem após o parto, quando surge a sobrecarga das atividades relacionadas aos cuidados com o bebê.
Durante o período da gestação é importante cuidar não só do bom desenvolvimento do bebê, mas também, do corpo da gestante. Ter uma alimentação balanceada e saudável, fazer o pré-natal regularmente e praticar exercícios físicos, ajudam para amenizar as alterações que o corpo sofre e preparar a mãe para o parto.
Uma boa dica para quem está gravida é a fisioterapia para gestante (é importante que o médico libere a futura mamãe para este tipo de atividade, e é indispensável fazer uma avaliação prévia para saber se está tudo bem para começar a prática dos exercícios). A fisioterapia atua através de ações preventivas e de promoção à saúde da população feminina ao longo da vida, sendo que várias dessas ações são propícias de serem implementadas durante a fase reprodutiva visando à vivência de uma gravidez, parto e pós-parto com maior qualidade e bem-estar.
A realização de Fisioterapia já no pré-natal prepara o corpo da mulher para as exigências solicitadas pela gravidez e o pós-parto. São realizados exercícios de fortalecimento e alongamento de músculos específicos, exercícios aeróbicos orientados, conscientização corporal, correção de posturas inadequadas nas atividades de vida diária, exercícios de relaxamento e de respiração. Esses exercícios auxiliam ainda no alívio de desconfortos como câimbras, inchaço e falta de ar, além de ajudar na preparação para o parto. Na visão atual do parto, a mulher é tida como protagonista do nascimento do seu filho, exercendo papel ativo. Por isso, a percepção do seu próprio corpo desde o período gestacional, aliada à preparação física, aumenta seu conforto, proporciona bem-estar e gera segurança e confiança para o tão esperado momento do parto.
Além da preparação global do corpo, também é recomendável que a gestante tenha cuidados específicos com o assoalho pélvico. O assoalho pélvico é um conjunto de tecidos de revestimento que fecha a cavidade inferior da pelve (músculos, ligamentos e fáscias). Em conjunto, essas estruturas sustentam os órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto), além de terem função no controle da urina, das fezes e na atividade sexual. O Assoalho pélvico tende a enfraquecer durante a gravidez por causa do efeito de hormônios, além da sobrecarga gerada pelo aumento de pressão abdominal. Este enfraquecimento pode trazer disfunções como a perda involuntária de urina, que atinge 60% das gestantes, podendo persistir após o parto.
Durante a gestação o fisioterapeuta avalia o controle, a coordenação, o tônus, a força e a resistência dos músculos do assoalho pélvico e os reabilita de acordo com as deficiências apresentadas.
Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o parto normal não é o responsável por disfunções do assoalho pélvico. Com a realização de Fisioterapia durante a gestação, já é possível preparar a musculatura para diminuir as chances de uma possível lesão muscular durante o parto. Estudos têm mostrado que as mulheres que reforçam a musculatura perineal por meio de exercícios durante o período gestacional e após o parto apresentam menores chances de apresentarem disfunções no assoalho pélvico no futuro, quando outros fatores, como o envelhecimento e a menopausa, são desencadeados. Por isso, a Sociedade Internacional de Continência recomenda que todas as mulheres façam exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico desde o período gestacional.

FISIOTERAPIA NA GESTAÇÃO
Os principais objetivos são:
  • Bem-estar físico e mental durante toda a gestação
  • Aumentar a percepção do corpo
  • Relaxamento físico e psíquico
  • Controle de peso
  • Ajudar na circulação
  • Reduzir dores e inchaço
  • Aliviar desconfortos intestinais
  • Melhorar a postura na gravidez e pós-parto
  • Melhorar a musculatura para proteger lesões nas articulações e ligamentos
  • Melhorar a oxigenação com o desenvolvimento do controle respiratório
  • Aliviar tensões musculares
  • Promover melhor controle, percepção e fortalecimento dos músculos do períneo
  • Preparar para o trabalho de parto
  • Promover uma recuperação mais rápida no pós-parto
  • Preparar as mamas para a amamentação
  • Orientar posturas corretas para amamentar

DRENAGEM LINFÁTICA NA GESTAÇÃO
A drenagem linfática manual é uma das mais procuradas. A técnica ativa a circulação por meio de massagens específicas e ao mesmo tempo relaxantes, realizada com pressões suaves, lentas, intermitentes e que seguem o trajeto do sistema linfático. O resultado é a eliminação do excesso de líquidos e toxinas pela urina, além de aliviar tensões, dores musculares, edemas (inchaços) e aumentar a imunidade da grávida.
 Durante a gestação o corpo da mulher retem um volume de água até 8 litros acima do normal, sendo o hormônio progesterona responsável por essa situação. Outros fatores também colaboram para o aumento do peso e gerar desconforto, inchaço e sensação de peso nos pés e nas pernas como: o próprio bebê, a placenta, o líquido amniótico e algumas gordurinhas extras.
 Por a gestação ser um momento único e especial na vida da mulher, a drenagem linfática deve ser feita por fisioterapeuta especializado e capacitado para poder proporcionar bem estar e evitar o surgimento de outros problemas.
 A massagem ajuda a aprofundar o contato da gestante com a nova identidade corporal e fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê. Os resultados favorecem a auto-estima, o que garante uma gestação mais saudável e feliz.

FISIOTERAPIA NO TRABALHO DE PARTO
A fisioterapia pode atuar durante o trabalho de parto orientando as pacientes de acordo com cada fase.
As orientações  são voltadas para posturas verticais, mobilidade pélvica e corporal, relaxamento do períneo, movimento das articulações, coordenação da respiração e percepção corporal.
 Com isso a evolução da dilatação é mais eficiente, tem-se maior alivio da dor durante as contrações, a descida fetal é facilitada e evita-se o uso de fármacos. Além disso, a contração uterina é mais eficaz, o fluxo sanguíneo que chega a placenta é mais abundante e o trabalho de parto fica mais curto e menos doloroso.
 Vários estudos relatam à eficácia da mobilização materna e da deambulação no trabalho de parto.
 A fisioterapia atua sem atrapalhar as atividades dos profissionais envolvidos no parto.

FISIOTERAPIA PÓS-PARTO
Após o parto as atividades ajudam a não só recuperar o corpo aos poucos, mas, também tratar algumas disfunções uroginecologia como incontinência urinária, algumas musculoesqueléticas e outros. Diminuindo assim, desconfortos e dores.
A drenagem linfática feita após o parto ajuda a drenar o excesso de líquido, eliminar toxinas e contribuir para circulação  Neste caso é necessária uma avaliação para sabermos corretamente quais exercícios aplicar para a recuperação da gestante e ainda uma liberação do obstetra.

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