Não há nada mais intenso e emocionante para uma mulher do
que ser mãe. A sensação de estar gerando dentro de si, um novo ser é profunda,
especial e inexplicável.
A gravidez não é doença, mas exige adaptações do corpo
para abrigar o bebê e seu desenvolvimento. Ocorrem transformações físicas,
emocionais e orgânicas preparando o corpo para desenvolver e alimentar o bebê
até o nascimento.
- Na medida em que o abdômen cresce o centro de gravidade do corpo muda, levando a um aumento da curvatura lombar e às compensações posturais para melhorar o equilíbrio e a estabilidade
- As mamas aumentam de tamanho
- A digestão, o apetite e as preferências alimentares se alteram
- A respiração sofre uma adaptação para realizaras atividades cotidianas
- Podem ocorrer edema e cansaço nas pernas
Essas mudanças podem causar desconfortos e limitações nas
atividades da vida diária da mulher grávida. Alguns dos sintomas persistem após
o parto, quando surge a sobrecarga das atividades relacionadas aos cuidados com
o bebê.
Durante o período da gestação é importante cuidar não só
do bom desenvolvimento do bebê, mas também, do corpo da gestante. Ter uma
alimentação balanceada e saudável, fazer o pré-natal regularmente e praticar
exercícios físicos, ajudam para amenizar as alterações que o corpo sofre e
preparar a mãe para o parto.
Uma boa dica para quem está gravida é a fisioterapia para
gestante (é importante que o médico libere a futura mamãe para este tipo de
atividade, e é indispensável fazer uma avaliação prévia para saber se está tudo
bem para começar a prática dos exercícios). A fisioterapia atua através de
ações preventivas e de promoção à saúde da população feminina ao longo da vida,
sendo que várias dessas ações são propícias de serem implementadas durante a
fase reprodutiva visando à vivência de uma gravidez, parto e pós-parto com
maior qualidade e bem-estar.
A realização de Fisioterapia já no pré-natal prepara o
corpo da mulher para as exigências solicitadas pela gravidez e o pós-parto. São
realizados exercícios de fortalecimento e alongamento de músculos específicos,
exercícios aeróbicos orientados, conscientização corporal, correção de posturas
inadequadas nas atividades de vida diária, exercícios de relaxamento e de
respiração. Esses exercícios auxiliam ainda no alívio de desconfortos como
câimbras, inchaço e falta de ar, além de ajudar na preparação para o parto. Na
visão atual do parto, a mulher é tida como protagonista do nascimento do seu filho,
exercendo papel ativo. Por isso, a percepção do seu próprio corpo desde o
período gestacional, aliada à preparação física, aumenta seu conforto,
proporciona bem-estar e gera segurança e confiança para o tão esperado momento
do parto.
Além da preparação global do corpo, também é recomendável
que a gestante tenha cuidados específicos com o assoalho pélvico. O assoalho
pélvico é um conjunto de tecidos de revestimento que fecha a cavidade inferior
da pelve (músculos, ligamentos e fáscias). Em conjunto, essas estruturas
sustentam os órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto), além de terem função no
controle da urina, das fezes e na atividade sexual. O Assoalho pélvico tende a
enfraquecer durante a gravidez por causa do efeito de hormônios, além da
sobrecarga gerada pelo aumento de pressão abdominal. Este enfraquecimento pode
trazer disfunções como a perda involuntária de urina, que atinge 60% das
gestantes, podendo persistir após o parto.
Durante a gestação o fisioterapeuta avalia o controle, a
coordenação, o tônus, a força e a resistência dos músculos do assoalho pélvico
e os reabilita de acordo com as deficiências apresentadas.
Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o parto
normal não é o responsável por disfunções do assoalho pélvico. Com a realização
de Fisioterapia durante a gestação, já é possível preparar a musculatura para
diminuir as chances de uma possível lesão muscular durante o parto. Estudos têm
mostrado que as mulheres que reforçam a musculatura perineal por meio de
exercícios durante o período gestacional e após o parto apresentam menores
chances de apresentarem disfunções no assoalho pélvico no futuro, quando outros
fatores, como o envelhecimento e a menopausa, são desencadeados. Por isso, a
Sociedade Internacional de Continência recomenda que todas as mulheres façam
exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico desde o período
gestacional.
FISIOTERAPIA NA GESTAÇÃO
Os principais objetivos são:
- Bem-estar físico e mental durante toda a gestação
- Aumentar a percepção do corpo
- Relaxamento físico e psíquico
- Controle de peso
- Ajudar na circulação
- Reduzir dores e inchaço
- Aliviar desconfortos intestinais
- Melhorar a postura na gravidez e pós-parto
- Melhorar a musculatura para proteger lesões nas articulações e ligamentos
- Melhorar a oxigenação com o desenvolvimento do controle respiratório
- Aliviar tensões musculares
- Promover melhor controle, percepção e fortalecimento dos músculos do períneo
- Preparar para o trabalho de parto
- Promover uma recuperação mais rápida no pós-parto
- Preparar as mamas para a amamentação
- Orientar posturas corretas para amamentar
DRENAGEM LINFÁTICA NA GESTAÇÃO
A drenagem linfática manual é uma das mais procuradas. A
técnica ativa a circulação por meio de massagens específicas e ao mesmo tempo
relaxantes, realizada com pressões suaves, lentas, intermitentes e que seguem o
trajeto do sistema linfático. O resultado é a eliminação do excesso de líquidos
e toxinas pela urina, além de aliviar tensões, dores musculares, edemas
(inchaços) e aumentar a imunidade da grávida.
Durante a gestação
o corpo da mulher retem um volume de água até 8 litros acima do normal, sendo o
hormônio progesterona responsável por essa situação. Outros fatores também
colaboram para o aumento do peso e gerar desconforto, inchaço e sensação de
peso nos pés e nas pernas como: o próprio bebê, a placenta, o líquido amniótico
e algumas gordurinhas extras.
Por a gestação ser
um momento único e especial na vida da mulher, a drenagem linfática deve ser
feita por fisioterapeuta especializado e capacitado para poder proporcionar bem
estar e evitar o surgimento de outros problemas.
A massagem ajuda a
aprofundar o contato da gestante com a nova identidade corporal e fortalece o
vínculo entre a mãe e o bebê. Os resultados favorecem a auto-estima, o que
garante uma gestação mais saudável e feliz.
FISIOTERAPIA NO TRABALHO DE PARTO
A fisioterapia pode atuar durante o trabalho de parto
orientando as pacientes de acordo com cada fase.
As orientações são
voltadas para posturas verticais, mobilidade pélvica e corporal, relaxamento do
períneo, movimento das articulações, coordenação da respiração e percepção
corporal.
Com isso a
evolução da dilatação é mais eficiente, tem-se maior alivio da dor durante as
contrações, a descida fetal é facilitada e evita-se o uso de fármacos. Além
disso, a contração uterina é mais eficaz, o fluxo sanguíneo que chega a
placenta é mais abundante e o trabalho de parto fica mais curto e menos
doloroso.
Vários estudos
relatam à eficácia da mobilização materna e da deambulação no trabalho de
parto.
A fisioterapia
atua sem atrapalhar as atividades dos profissionais envolvidos no parto.
FISIOTERAPIA PÓS-PARTO
Após o parto as atividades ajudam a não só recuperar o
corpo aos poucos, mas, também tratar algumas disfunções uroginecologia como
incontinência urinária, algumas musculoesqueléticas e outros. Diminuindo assim,
desconfortos e dores.
A drenagem linfática feita após o parto ajuda a drenar o
excesso de líquido, eliminar toxinas e contribuir para circulação Neste caso é necessária uma avaliação para
sabermos corretamente quais exercícios aplicar para a recuperação da gestante e
ainda uma liberação do obstetra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário