segunda-feira, 22 de abril de 2013

SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS


Síndrome das pernas inquietas é um distúrbio que se caracteriza por alterações da sensibilidade e agitação motora involuntária dos membros inferiores, mas que pode acometer também os braços nos casos mais graves. Em geral, os sintomas são mais intensos à noite e o paciente dorme mal ou quase não dorme. Como consequência, passa o dia sonolento, cansado, indisposto e irritado.
O fato de a síndrome manifestar-se predominantemente nos momentos de repouso, a qualidade de vida fica comprometida, uma vez que a pessoa não consegue ir ao cinema ou ao teatro, ver televisão, participar de uma reunião social ou de negócios, ou fazer viagens mais longas.
A síndrome pode manifestar-se em qualquer faixa de idade. Mais rara na infância, acomete principalmente a população adulta e sua incidência aumenta com o envelhecimento

Tipos de síndrome das pernas inquietas

Há dois tipos de síndrome das pernas inquietas:
  • Primária ou Idiopática: esse é o tipo mais comum. É chamado primário ou idiopático por não ter uma causa identificável, mesmo após a investigação realizada pelo médico. Estudos mostram que nestes casos existe um importante componente genético no surgimento da doença. A síndrome das pernas inquietas primária, uma vez que aparece, geralmente torna-se uma condição para toda a vida. Com o passar do tempo os sintomas tendem a piorar e ocorrem mais freqüentemente, especialmente se a síndrome das pernas inquietas primária começar quando a pessoa é jovem. Em casos leves, pode haver grandes períodos sem sintomas, ou os sintomas podem durar um tempo limitado.
  • Secundária: esse tipo é causado por outra doença ou condição médica, e algumas vezes por certos medicamentos. Os sintomas geralmente desaparecem quando a pessoa fica boa ou melhor da doença ou condição médica, ou quando para de tomar o medicamento que causou a síndrome das pernas inquietas. É comum em gestantes, ocorrendo nos últimos 3 meses de gravidez e geralmente melhorando ou desaparecendo em algumas semanas depois do parto. Porém, algumas mulheres podem continuar a ter os sintomas depois do parto ou desenvolver síndrome das pernas inquietas de novo mais tarde. É geralmente diagnosticada somente após vários anos de sintomas em adultos de meia idade. Alguns destes já apresentavam os sintomas desde a infância e podem ter sido chamados de dor de crescimento ou hiperatividade, porque a criança não parava quieta na hora da aula. Crianças inquietas, hiperativas que pedem para massagear suas pernas na hora de dormir podem estar manifestando a síndrome.

Algumas doenças e condições médicas que podem causar a síndrome das pernas inquietas secundária são:
* Deficiência de ferro, com ou sem anemia.
* Falha nos rins.
* Diabetes.
* Mal de Parkinson.
* Danos ao nervos das mãos ou pés.
* Artrite reumatoide.
* Gravidez.
Alguns medicamentos que podem causar ou agravar a síndrome:
*Alguns antieméticos (os antidopaminérgicos)
*Determinados anti-histamínicos (frequentemente em medicamentos para resfriados disponíveis em farmácias)
*Vários antidepressivos (tricíclicos mais antigos e inibidores seletivos de recaptação de serotonina mais recentes) 
*Antipsicóticos e determinados anticonvulsivos.
*Um efeito da repercussão de drogas sedativo-hipnóticas tais como uma síndrome de abstinência de benzodiazepina, ou interrupção de tranquilizantes ou dos comprimidos de dormir.
*A hipoglicemia também pode igualmente agravar os sintomas da síndrome das pernas inquietas.
*A desintoxicação de opiáceos foi associada como fator causador da síndrome assim como os efeitos da abstinência.

Sintomas
A intensidade dos sintomas pode variar de leve a grave e diminui com o movimento. Em geral, eles se manifestam a noite e impedem que a pessoa tenha um sono reparador. Como consequência, no dia seguinte, ela está sonolenta, cansada, mais propensa a irritar-se facilmente e à depressão.
Os principais sintomas são:
  • Sensação de desconforto
  • Necessidade premente de mover as pernas
  • Dor, Formigamento, Arrepios, Pontadas
  • Cafeína em excesso e tabagismo pioram os sintomas.

Mecanismo da doença
A maioria da pesquisa sobre o mecanismo da doença da síndrome das pernas inquietas centrou-se sobre a influencia da dopamina e do ferro. Estas hipóteses são baseadas na observação de que o ferro e o levodopa, um pro-fármaco da dopamina que possa cruzar a barreira hematoencefálica seja metabolizado no cérebro em dopamina (assim como outros neurotransmissores de mono-amine da classe da catecolamina) podem ser usados para tratar RLS, levodopa que é uma medicina para tratar condições hipo-dopaminérgicas (baixo dopamina  como Parkinson, e igualmente em resultados da imagem latente de cérebro funcional (tal como a tomografia por emissão de positrões e a ressonância magnética), das séries de autópsia e das experiências com animais.  As diferenças nos marcadores do dopamina - e os ferro-relacionados foram demonstradas igualmente no líquido cerebrospinal dos indivíduos com a síndrome  Uma conexão entre estes dois sistemas é demonstrada encontrar de baixos níveis do ferro na substancia negra de pacientes com a síndrome  embora outras áreas possam igualmente ser envolvidas.
Diagnóstico
O diagnóstico é predominantemente clínico, fundamentado na descrição dos sintomas. Embora raramente essa síndrome tenha como causa uma polineuropatia, é indispensável avaliar os reflexos, a sensibilidade ao toque e a intensidade da dor.
Alguns procedimentos diagnósticos são relevantes para os casos relacionados a distúrbios hematológicos (ferro, ferritina, transferiria, vitamina B12, folato), renais crônicos, e nos casos de suspeitas específicas, exames como a eletroneuromiografia, provas reumatológicas, exames vasculares, etc deverão ser apropriadamente solicitados.

Tratamento
Nos casos mais leves, recomenda-se o uso de benzodiazepínicos. Nos mais graves, pode-se recorrer a medicamentos, como o pramipexol e o ropinele, que estimulam os receptores de dopamina no cérebro sem aumentar seu nível no sangue periférico.
O tratamento da síndrome das pernas inquietas visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade do sono e tratar ou corrigir a condição que pode estar causando a síndrome. Incluem também mudanças de hábitos. 

As mudanças de hábitos que podem aliviar os sintomas da síndrome das pernas inquietas são

  • Evitar álcool, cafeína, fumo e alguns medicamentos (certos antidepressivos, remédios contra náusea, anti-psicóticos e anti-histaminas)
  • Adotar bons hábitos de sono: manter o quarto quieto, escuro e confortável; usar o quarto para dormir e não para ver televisão, usar computador e outras atividades; ir dormir e acordar nos mesmos horários.
  • Seguir um programa de exercícios físicos moderados

Importante:
  • O Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (tel 11-2108-7633) atende pacientes com a síndrome pelo SUS
  • Criança inquieta na hora de dormir, que chora, resmunga e mexe muito as pernas, pode não estar fazendo manha. Leve-a ao pediatra para afastar a possibilidade de ter desenvolvido os sintomas da síndrome das pernas inquietas
  • Da mesma forma, aja com os idosos. Não atribua a agitação e as queixas à perda das faculdades mentais. Sedá-los pode piorar muito o quadro, se o problema for a síndrome das pernas inquietas
  • O agravamento dos sintomas pode tornar insuportável a vida do portador da síndrome e da pessoa com quem divide a cama ou o quarto. Só o tratamento adequado é capaz de controlar as crises e aliviar os sintomas que, na maior parte das vezes, pioram à noite. Não se automedique; procure assistência médica especializada
  • O consumo de cafeína, álcool e cigarro é absolutamente desaconselhado. Faça um esforço e tente excluí-los do seu dia a dia
  • Medicamentos antidepressivos e neurolépticos podem desencadear uma síndrome semelhante à das pernas inquietas





2 comentários:

  1. loa meu marido tem todos esses sintomas já fez varios exames até o eletroneuromiografia,e esse nao acusou nada,mas ele tem todos os sintomas da sindrome das pernas inquietas,é muito ruim ele nao consegue dormir ,já faz muitos tempo uns tres anos ,o médico deu a ele o remedio stabil.fica um pouquinho melhor,nao sabemos mais o que fazer gostaria de alguma ajuda obrigado

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  2. olá, não sabemos qual médico ele passou, mas o que podemos dizer é que é interessante ele passar com médicos especializados em distúrbios do sono para conduzir o tratamento mais adequado ao seu problema.

    E outro conselho que podemos dar é algumas coisas que podem ajudar aliviar os sintomas. Encontrar o melhor horário para dormir e acordar e mantê-lo todos os dias, dormindo o mesmo número de horas. Exercícios físicos moderados são recomendados até seis horas antes do horário de dormir. Para algumas pessoas, ao contrário, exercícios físicos logo antes de dormir são benéficos.
    Apesar da cafeína aparentemente melhorar os sintomas, ela os intensifica e os atrasa para mais arde da noite. A melhor solução é evitar todos os produtos com cafeína: café, chá mate, chá preto, refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos. O consumo de bebidas alcoólicas aumenta a intensidade dos sintomas, a melhor solução é evitá-las.
    Atividades físicas como banho quente, massagens, técnicas de relaxamento, trabalhos manuais, alguma outra atividade que mantenha a mente ocupada, podem ser benéficas, mas dependem da gravidade dos sintomas de cada pessoa.

    Espero que tenhamos conseguido lhe ajudar.
    Agradecemos o contato e estamos a disposição.

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