quinta-feira, 20 de junho de 2013

ÚLCERA DUODENAL

A úlcera duodenal consiste na erosão da mucosa que cobre o interior do duodeno produzida pela ação corrosiva do suco gástrico. Trata-se de uma doença crônica que, embora cicatrize em poucas semanas, pode voltar a formar-se.


Causas
A formação da úlcera depende da ação corrosiva do suco gástrico que atravessa o duodeno. Em condições normais, o ácido produzido no estômago chega ao duodeno em quantidades moderadas, misturado com a comida, sendo neutralizado pelas secreções alcalinas presentes no interior do intestino. A úlcera duodenal deve-se principalmente ao aumento de produção de suco gástrico, que supera os fatores defensivos e acaba por corroer a parede do duodeno. Entre os fatores responsáveis, incluem-se todos aqueles que determinam uma maior produção de secreção estomacal, sobretudo o stress, o tabagismo e o consumo regular de medicamentos, como o ácido acetilsalicílico (aspirina) e outros anti-inflamatórios. Medicações anti-reumáticas incluem feldene, voltaren, endocin e muitos outros. Como com a aspirina eles podem danificar a camada de muco no estômago e duodeno após o qual o ácido do estômago causa a lesão final. Assim o Helicobacter pylori (bactéria, forma espiralada e vive na camada de muco do estômago. Esta infecção produz uma inflamação na parede do estômago provocando a gastrite. O organismo desenvolve um anticorpo no sangue contra a bactéria. A bactéria provavelmente é adquirida por alimentos ou água contaminados. A bactéria danifica a camada protetora de muco permitindo a ação do ácido sobre o estômago ou duodeno provocando a úlcera) e certas drogas são os dois maiores fatores que causam as úlceras. Em raros casos os pacientes produzirão uma quantidade muito alta de ácidos e desenvolverão úlceras. Esta condição é chamada Síndrome Zollinger Ellison. Finalmente, algumas pessoas têm úlcera sem saber a causa. 
De qualquer forma, há casos em que estes fatores não estão presentes e, mesmo assim, por outros motivos ou às vezes por razões desconhecidas, a atividade secretora do estômago é superior à habitual ou as defesas do duodeno reduzem-se, originando a doença

Diagnóstico
O exame mais fidedigno para o diagnóstico é a endoscopia digestiva alta, raramente a úlcera tem transformação maligna. Com a endoscopia biópsias podem ser realizadas para se determinar à presença ou não de malignidade.

Sintomas
A úlcera geralmente causa dor e queimação na parte superior e média do abdome. Estes sintomas são mais freqüentes em jejum e aliviam com alimentação e leite. A doença, como se trata de uma questão subjetiva, varia de pessoa para pessoa: há quem se queixe de uma grande dor, outros de um pequeno ardor e, em certas ocasiões, é descrita como uma sensação de fome dolorosa. A intensidade também varia de caso para caso, desde um incômodo moderado até uma dor que parece atravessar o abdômen até às costas. O mais constante é o seu ritmo de aparecimento, geralmente relacionado com as refeições: a dor só desaparece quando se ingere algum alimento ou quando se toma uma substância alcalina, para reaparecer após um determinado período de tempo e progressivamente aumentar de intensidade até à refeição seguinte.
A sensação de queimação pode ocorrer na alta madrugada fazendo a pessoa acordar pela dor. Antiácidos e leite usualmente oferecem alívio temporário. Alguns pacientes sem queixa dolorosa têm fezes escuras, indicando uma úlcera hemorrágica. A hemorragia é uma complicação muito séria das úlceras. 
Entre outras manifestações comuns encontram-se as náuseas, eventualmente acompanhadas de vômitos  assim como regurgitações ácidas. Estes sintomas aparecem em quase metade dos casos, embora com intensidade diferente. É muito comum ocorrerem pequenos vômitos de suco gástrico pela manhã, em jejum.

Evolução
Normalmente, a úlcera duodenal caracteriza-se por ataques agudos, de 2 semanas a 2 meses de duração, intercalados com períodos livres de sintomas que podem durar vários meses e até alguns anos. Todavia, o mais frequente é um novo ataque ao fim de um período de 6 meses a 1 ano, após ter superado o anterior. Muitas vezes, estes ataques ocorrem segundo um ritmo sazonal, na Primavera e no Outono, mas noutros casos o seu aparecimento é imprevisível ou está relacionado com épocas de muito stress. Esta situação tende a repetir-se durante vários anos consecutivos, embora as recaídas se tornem, em muitos casos, menos frequentes 5 anos após o início da doença.

Complicações
Geralmente, a úlcera apenas danifica a capa mais superficial da parede duodenal, originando os sintomas descritos até finalmente cicatrizar. Mas, nos casos em que a erosão é mais profunda, poderá provocar graves complicações. De fato, a erosão ao alcançar os vasos sanguíneos da parede do duodeno provoca uma hemorragia, por vezes ligeira, mas em grande parte das situações muito intensa. Trata-se frequentemente de pequenas hemorragias que, como cessam de forma espontânea, passam inadvertidas; no entanto, tendo em conta que estas se repetem com uma certa frequência, podem originar uma anemia. Também é possível que a hemorragia seja abundante e se manifeste através de vômitos sangrentos ou com a expulsão de fezes escuras, com aspecto de alcatrão, pelo seu conteúdo em sangue digerido.
Também pode acontecer que a erosão se torne tão profunda que acabe por perfurar toda a parede do duodeno. Esta complicação é muito grave, porque deixa passar o conteúdo intestinal para cavidade abdominal, o que pode dar origem a uma peritonite, ou seja, a uma inflamação da membrana que cobre os órgãos abdominais. A perfuração manifesta-se através de uma dor abdominal aguda, por vezes descrita como uma punhalada, que não cessa com a ingestão de alimentos, como a típica dor ulcerosa. Caso não seja aplicado um tratamento imediato, pode conduzir a um estado de choque e provocar alterações com um resultado fatal.

Tratamento
Atualmente são disponíveis medicações eficazes para suprimir ou quase eliminar a acidez gástrica. Estas drogas tem sido dramaticamente efetivas no alívio dos sintomas e permitindo a cicatrização das úlceras. Caso a úlcera tenha sido provocada por aspirina ou anti-inflamatórios  não há necessidade de subseqüente tratamento. Evitando essas drogas não haverá recorrência da úlcera. A segunda maior modificação no tratamento das úlceras é a descoberta da infecção pelo Helicobacter pylori. Quando esta infecção é tratada com antibióticos, é alta a probabilidade de eliminar a bactéria. Exterminada a infecção as úlceras dificilmente retornam. Se a infecção não for tratada a úlcera invariavelmente retornará. A cirurgia indicada apenas nos casos de urgência, indicada nas complicações da úlcera como a perfuração, obstrução ou hemorragia. 
Cigarros: A nicotina provoca retardo na cicatrização da úlcera, deve ser evitado
Antiácidos: estes medicamentos são comprados facilmente, podendo ser utilizados para aliviar os sintomas da úlcera. Elas não ajudam na cicatrização da úlcera. Não se auto medique
Stress: o stress pode agravar os sintomas.

Alimentos que devem ser Evitados
  • Café
  • Chocolate
  • Chás mate e preto
  • Refrigerantes
  • Pimentas
  • Condimentos (molho inglês, massa de tomate, ketchup, mostarda, molho apimentados)
  • Comidas gordurosas (principalmente frituras)
  • Doces, quando consumidos em excesso
  • Frutas cítricas como limão, morango, acerola, kiwi, abacaxi e laranja
  • Embutidos em geral como salsicha, bacon e linguiça
  • Bebidas alcoólicas


Alimentos que podem ser Consumidos
  • Leite
  • Queijo fresco branco
  • Ricota
  • Carnes magras
  • Ovos cozidos (não fritos)
  • Verduras e legumes cozidos
  • Frutas (exceto as mencionadas no item anterior)
  • Pães brancos
  • Bolachas maisena e água e sal
  • Arroz
  • Macarrão
  • Batata
  • Mandioca e mandioquinha cozidos

Nenhum comentário:

Postar um comentário